SONETO

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Vive o homem no mundo sorte dura,

Por estranho caminho arremessado,

Fero titã cativo a negro fado,

Do berço morno à fria sepultura.

Triste filho dos céus, de alma perjura,

Desprezível Adão acorrentado

Ao desterro de sombras do passado,

Respira o lodo e chora a desventura!

Ao vão orgulho – a esse deus imigo,

Altares vãos erige, por vaidade,

Que, na treva, o mantém revel mendigo!

Por mais altos pregões a fé lhe brade,

Traz, desditoso, o cárcere consigo,

Atado à Morte em plena Eternidade.

*

Ensina que o homem é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio: tem-se, deste modo, a figura do “pecado original”. Seu passado de culpas arremessou a criatura num mundo infeliz, onde deve expiar suas faltas em duras provas.

Infelizmente, em vez de se submeter à dor, que redime, o homem se rebela por orgulho, que lhe agrava a situação, e assim prolonga seu cativeiro no cárcere da matéria.

*

NOTA: Alguns versos, como os tercetos acima, além de outros, foram depois modificados pelo Espírito comunicante.
A ortografia do original, redigido a lápis pelo médium, em toda esta série de sonetos, é a antiga, o que mais testemunha a veracidade da autoria destas produções. Este acréscimo de testemunho se entende com os incrédulos, não, evidentemente, com os confrades. Diremos, a
propósito, com o excelso Camões:

25.11.1946 – Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage

Livro: Volta Bocage – Francisco Candido Xavier

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