O ser compassivo não invade a vida alheia. Os indivíduos só mudam quando estão prontos a mudar.
Algumas religiões podem distorcer nossa concepção de mundo, utilizando a culpa ou o fanatismo como forma de nos controlar ou de nos forçar a doar coisas. A viseira do emocionalismo pode nos levar á frustração e ao desapontamento. Podemos ser coagidos a conceder benefícios ou participar de doações materiais, usando uma forma distorcida de compaixão. Muitos de nos doamos porque esperamos receber em troca atenção e respeito de outras pessoas. Isso não é ajuda real nem mesmo está unido ao amor; mais se assemelha a uma forma de barganha, seguida de eternas cobranças.
Para que possamos cooperar efetivamente com alguém, é preciso abrirmos mão de nossa arrogância salvacionista, a de acreditar que a redenção das almas que amamos depende, única e exclusivamente, de nosso desempenho e de nossa dedicação. Cada pessoa é uma obra-prima de Deus e, quando subestimamos a força divina que há no outro, nossos relacionamentos ficam anêmicos e áridos. A compaixão salvaguarda a liberdade de sentir, pensar e agir.
Livro: Os Prazeres da Alma – Editora: Boa Nova
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